quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Jornada Internacional de Cinema Baiano em sua 34º edição


De 12 a 18 de setembro Salvador recebeu pela 34º a Jornada Internacional de Cinema Baiano. As atividades foram realizadas em vários pontos do território soteropolitano, dentre eles o Cinema do Museu, Sala Walter Silveira, Sala Alexandre Robatto, entre outros. Segundo o site da Jornada a Comissão de Seleção avaliou durante sete dias as produções inscritas que disputaram 17 categorias de prêmios, entre eles o prêmio de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro e também os importantes prêmios em dinheiro como o de Glauber Rocha e Walter da Silveira.
O site informa que mais de 12 países encaminharam suas produções, a exemplo da Espanha, Argentina, Estados Unidos, Venezuela e Chile. Os filmes espanhóis lideraram a lista com quase 100 inscrições. No Brasil, o Rio de Janeiro e São Paulo são os primeiros do ranking. Já a Bahia teve 28 inscritos entre filmes e vídeos. Apesar de muitos estados já participarem do evento há anos, como Pernambuco e Minas Gerais, esta edição trouxe alguns estreantes, a exemplo de Tocantins e Rio Grande do Norte.
Segundo o diretor do evento,Guido Araújo, em entrevista no cineinsite, a Jornada teve pouco investimento financeiro, ou seja, houve uma significativa redução de verbas. Para ele o dinheiro recebido da Petrobrás e do Ministério da Cultura e Governo do Estado, "não deu nem para fazer o coquetel de abertura". Tudo foi muito precário e simples.
Mas evento como esse, com uma história de 30 anos, mesmo com todas as problemáticas, não deixa de ter o seu brilho e vigor. E essas características vêm de pessoas que, há muitos anos, lutaram para edificar a proposta da Jornada.
Segundo o artigo científico Jornada Internacional de Cinema da Bahia: espaço de reflexão e resistência (1972-1975), de Izabel de Fátima Cruz Melo, a I Jornada Baiana de Curta Metragem surgiu em janeiro de 1972, em pleno governo Médici e vigência do AI-5. O objetivo primordial da Jornada era discutir e criar diretrizes para o desenvolvimento do cinema baiano, especialmente de curta-metragem, por isto era uma jornada baiana, com somente 6 filmes inscritos, mas que já contou com os simpósios e seminários de discussão.

Devido a boa aceitação pelos cineastas, realizadores e cineclubistas, a II Jornada de Cinema, passa a ser a II Jornada Nordestina de Curta Metragem, que com o intermédio de Roland Schaffner foi abrigada no ICBA -Instituo Cultural Brasil/Alemanha - também conhecido como Instituto Goethe. Na II Jornada, realizada em setembro de 1973, admitiu-se a participação de cineastas de todas as regiões do país, desde que os temas dos filmes fossem nordestinos. A III Jornada, que passa a ser brasileira, oficializa o caráter nacional do evento, que mesmo sendo nordestino, já contava com a participação de cineastas de diversos estados. A IV Jornada continuou a ser brasileira, mas trouxe mudanças significativas na sua organização, devido ao seu crescimento. Por isso, este evento passou a ser realizado em duas etapas.
Hoje a Jornada Baiana, que tem um público fiel, em sua 34º edição, vive em função de não deixar o cinema brasileiro desaparecer. Fortalecendo a cada evento a cultura cinematográfica das regiões brasileiras. Fica claro então, que a Jornada tem o papel de difusor da cultura e também é um meio de exposição das experiências e criatividades humanas.

Nenhum comentário: